quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CAMISA DE VÊNUS EM SALTO ESTILO! B.P.F.


- “Eu estive no primeiro show desses caras, eles mudaram a história do rock baiano (...) E hoje eles são meus ídolos e com certeza os de vocês! Com vocês: CAMISA DE VÊNUS!” E assim, apresentada pelo baixista e também remanescente do rock baiano dos anos 80 Jerry Marlon, a banda CAMISA DE VENUS retorna aos palcos para mais uma grande turnê nacional.

O clima era de uma grande noite rock. Uma fila enorme fez-se logo cedo para acesso ao CAIS DOURADO, local onde a tão aguardada e mais importante banda de rock da cidade daria os primeiros acordes musicais, após quase 05 anos afastada dos palcos. A expectativa era grande, afinal de contas era uma reestréia especial, já que o retorno do conjunto traria novidades, não apenas a substituição de um músico, mas sim, a substituição daquele que até então seria a “cara” da banda, o band-líder Marcelo Nova. Tarefa nada fácil, pois de humor ácido e timbre inconfundível do Marcelo era a “marca registrada” do Camisa.

Nos bastidores um clima de revival total tomou conta dos convidados VIP’S da banda, muitos deles remanescentes da cena rocker local oitententista a exemplos de Marcos Botelho (Ramal 12), Hélio Rocha (Delírium Tremens e 14º Andar), David Roth (Espírito de Porco), Willy With (C.A.N.O.S.), Keko Pires, Ninou Moura, Miguel Cordeiro, Humberto Tedão entre outros.

O ar de confraternização foi inevitável afinal de contas esses encontros eram freqüentes entre um show e outro que rolava no Circo Relâmpago, Troca de Segredo e no Teatro Vila Velha, locais onde abrigavam as bandas de rock da cidade naquela época, muitas delas influenciadas pelo punk-rock britânico que estava no auge naquele período.

A cada hora que se passava a expectativa tomava conta do público e dos convidados que aguardavam a entrada da banda. No camarim estavam Robério Santana, Karl Franz e Gustavo Müllen, os dinossauros e heróis do rock’n’roll baiano esquentando as turbinas para não decepcionar os fãs e amigos. Além deles também estava o que talvez maior responsabilidade tivesse naquele retorno, pois assumiria o posto de maior visibilidade diante do grupo, Eduardo Escott, que apesar de estreante no grupo também foi figurinha carimbada na década de 80, em uma das mais importantes bandas do período, o Gonorréia. O mais novo, o batera Luiz Fernando assume as baquetas na cozinha da banda, ocupando o banquinho de Aldo Machado.

Pouco antes das 23H, um coro sonoro de “bota pra fudê”!!!, expressão adotada pelo público fanático pelo conjunto, convidava os músicos a subirem ao palco. Então, escoltados pela produção do show, uma a um, passaram pelo corredor de acesso ao palco, colhendo abraços e o incentivo dos amigos que estavam ali ao lado do camarim. Primeiro o estreante Luiz Fernando, logo após Robério Santana, um pouco depois Karl Franz Hummel, em seguida quase que guinchado pelo produtor Marcos Clement, foi a vez de Gustavo Müllen, e por fim mais tranqüilo, porém não menos excitado com tudo aquilo Eduardo Scott.

Já nos primeiros acordes era nítido que estava tudo certo e banda diria a que veio. Detonaram no repertório os principais hits do conjunto como: Silvia, Gottan City, Bete Morreu, O Adventista, Passa Tempo, Hoje, My Way...entre outras. Os caras mostraram mesmo que estavam afiados e em sintonia com o público, que por sua vez, não paravam de gritar “bota pra fudê” e pedir às canções que marcaram a trajetória do conjunto. Scott a essa altura já estava completamente à vontade com a nova casa e os novos fãs e arriscou até algumas declarações políticas na introdução de algumas músicas. Além dos maiores sucessos autorais eles ainda apresentaram 02 (duas) canções do Gonorréia, que foi de rápida identificação do público, já que a banda possuía uma sintonia bastante parecida com a do Camisa de Vênus.

Depois de terminada a apresentação da banda, a galera ainda em catarse, convidou a banda retornar ao palco e fazer mais um bis. Então, foi à vez dos convidados brilharem ao lado dos amigos e ídolos. Primeiro o baixista Jerry Marlon, em seguida o guitarrista e produtor da banda Marcos Clement e por fim, o primeiro guitarrista do conjunto: Eugênio. E a noite foi coroada com aquela que talvez seja a mais conhecida música da banda: Eu Não Matei Joana Darck. Perfeito!

Depois de fechadas as cortinas, os músicos foram receber os amigos, a imprensa e alguns fãs no camarim, com a sensação de missão comprida e desafio superado. Todos queriam chegar perto e tirar algumas fotos com seus ídolos, e mais, desejar boa sorte na nova turnê.

Realmente essa foi uma grande noite de rock em Salvador, que há muito tempo não tínhamos visto. Aliás, celebração que resgatou uma atmosfera rocker, excitante e punk, como nos idos de 80. Época que ficou marcada por revelar dezenas de bandas de rock, pelas festas e shows nos circos TROCA DE SEGREDOS e RELAMPAGO, pelos shows no NEW FREDS, na AABB, no TEATRO VILAVELHA, entre outros...Lembrando que, a grande maioria dos grupos foram formados nos shows do CAMISA DE VÊNUS.
Uma cena que ficou marcada para aqueles que viveram o período e que alguns insistem em afirmar que não existiu. E parar provar que essa cena existiu, é que na última sexta dia 29.01, tiramos aprova dos nove e vimos o Camisa de Vênus a banda que nos rendeu o maior fruto desse período mais uma vez subir ao palco e BOTAR PRA FUDÊ!

Por Angela Cristina
Manager de Eventos e Produções Musicais
http:angelacristinamanager.blogspot.com

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